'Que o tempo corrói'.
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Ana parecia REALMENTE não acreditar no que estava vendo. Ela conhecia aqueles olhos, aqueles olhos cor de deserto. Virou a cabeça pra um lado e pro outro, tentando encontrar alguma coisa mas não sabia o que. Amália não estava com eles, era verdade mesmo. Joakim colocava um dos guizos que havia tirado do bolso em sua luva e T ainda estava tentando achar Amália, em vão, com o olhar. Aquele Palhaço continuava imóvel, observando-os. Arnaldo se escondeu atrás de Ana, que foi caindo, catatônica, bem devagarzinho. Ele a segurou e amparou sua queda.
- Onde está Amália?; Joakim ficou estranho de repente. Seu olhar ficou, de alguma forma, negro.
- Em algum lugar que você, agora, não pode chegar, Olivier; o Palhaço respondeu como quem dar uma ordem e é apático ao mesmo tempo.
Uma pedra de gelo gigantesca foi erguida do chão, aparentemente do nada.
- Eu não vou perguntar de novo.
- Nem eu responderei novamente.
A pedra foi arremessada. Arnaldo se jogou por cima de ana pra tentar protegê-la de alguma coisa que ele não sabia o que era. A poeira gelada levantada pelo vácuo deixado atrás da pedra foi, de certa forma, grande.
Mas uma lâmina cortou o ar, e logo todo aquele pedaço de gelo foi visto dividido, enquanto o inimigo brandia sua espada com apenas uma mão.
- Você não vai conseguir me atingir, Olivier. Não dessa vez. Vou levar a menina comigo agora, é claro.
Luz! Uma bola de fogo foi arremessada por detrás de Arnaldo, e T foi visto avançando em cima do inimigo. Rápido, um estava de cara pro outro. Arnaldo viu T parado no ar por um instante, como se voasse, com seu punho quase tocando a face do outro. Como luz, o inimigo puxou uma carta de baralho do bolso e a colou na testa de T, que caiu. Joakim já estava ficando mais diferente ainda, quando viu o inimigo sumir e aparecer bem ao seu lado.
- Droga, ele se teletransporta!; pensou. Levantou o punho mas recebeu um chute no estômago que doeu proporcionalmente à velocidade com que foi investido. Joakim voou longe, e Arnaldo colocou Ana nos braços com muito esforço e começou a correr. Mas logo se viu sem ela, do nada, como se ela tivesse se desmaterializado em seus braços. E a sensação de inutilidade foi enorme.
Então, ele se viu apagando.
*
Novamente no castelo, ele sentia medo.
- Decidiu o que vais fazer?
- Decidi sim. Vou criar todos os 7; falou com um certo pesar na voz.
- Até Treva?
- Até Treva. Foi isso que foi-me imposto. Equilíbrio. Se eu não o fizer, tudo vai se desequilibrar, e algum deles com certeza vai se corromper, porque os nós vão pedir isso. Então eu prefiro conhecer a fundo o que eu criar a deixar qualquer um dos outros se transformar em algo que eu desconheço.
- Mas o que impede dele contaminar os outros?
- Nada. E o que lhe diz que ele vai contaminar?
- Também nada. Mas em que eu posso ajudar agora?
- Quer que você vá na Terra das Sombras.
Olivier olhou assustado.
- Fazer o que?
- Me traga...
Joakim acordou de súbito. Agora estava no mesmo porto em que tinha desembarcado, e Amália ao seu lado, ambos sob cuidado de outro Palhaço. E ela deu a ele uma sensação de liberdade.
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Há 2 anos